II Parte
Os empresários portugueses
não se dissociam do fundo cultural comum, e que é o seu campo de acção natural,
em que o Estado predomina e impõe as suas regras, gerando por um lado o desejo
de protecção, e por outro, o favorecimento do medo e a submissão. «O medo move
a Confederação da Indústria Portuguesa como o último empregado do último
serviço do mais miserável ministério. O santo medo do patrão que faz de Portugal
este país pacífico e ordeiro que o mundo admira», escreveu Vasco Pulido
Valente. Tudo isto faz dele um ser mítico, uma espécie de unicórnio: «Cavaco
disse constantemente na campanha que a primeira preocupação dele seria ajudar,
promover e proteger essa criatura mítica “o empresário moderno português”, que um
dia nos tirará das garras da miséria». O drama nacional é que há uma associação
virtuosa entre empresários e o desenvolvimento económico, tanto mais que este
«depende muito pouco do Governo e quase tudo de empresários que não investem ou,
quando investem, não investem como deviam. Como vai o Eng. Sócrates, por
exemplo, arranjar empresários que não existem? O Presidente supunha que a sua
presença bastaria para os fazer brotar como cogumelos».
Sem comentários:
Enviar um comentário