Ivan Cavallari, antigo
bailarino e actual director artístico do Ballet da Ópera du Rhin, disse ao Público que o bailado contemporâneo “se
dança no chão e o clássico se dança no céu” e parece um excelente resumo de um programa
de gestão de uma empresa em tempos de crise profunda e sem fim à vista, em que
as linhas de resistência se sobrepõem às aberturas para o amanhã. Hoje os
gestores actuam de olhos postos no chão, porque, como dizia o slogan punk, parece
que não há futuro, e o céu só serve para invocações e preces. Portanto, não é
em tempos de crise que se vêem os bons gestores. Jorge Armindo, que geriu durante 20 anos do Grupo Amorim, reuniu Portucel e Soporcel, e hoje lidera a
Amorim Turismo, não considera as crises como provas de fogo para os gestores e
diz: “Cheguei a uma conclusão discutível mas considero que numa crise tão
profunda como a que estamos a atravessar o que distingue um gestor de grande
qualidade e um de média qualidade tende para zero, porque não se fazem omeletes
sem ovos e nós estamos a ficar sem ovos. Há diferença apenas na fase inicial,
em que o bom gestor é mais rápido a tomar as medidas e outros demoram mais
tempo. Mas o verdadeiro potencial do gestor está a ser muito limitado pela
crise”.
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