As regras de gestão valem o
que valem e nem sempre o que se escreve é a prática corrente como os velhos Dez
Mandamentos ilustram. Mas podem servir como utensílios de pensamento, como
ponto de partida para uma reflexão mais profunda, o que é importante sobretudo
quando a gestão é, por essência, a arte de decidir assunto por assunto numa
espécie de salto de pedra em pedra numa aparente dispersão sem sentido: mas é a
conclusão destas tarefas que dá sentido ao conjunto. Por isso pensar e ter
ideias claras permite dar ao conjunto uma direcção e um caminho e não apenas
pedalar pela força da inércia.
O empresário mexicano
Carlos Slim, que é também o homem mais rico do Mundo segundo a revista Forbes
tem um decálogo que resume muitas das suas decisões e da forma com organizou o
seu grupo de empresas. Claro que seu sucesso se deve muito a sua argúcia mas
também teve a asa protectora do Estado que permitiu que em alguns sectores
actuasse em regime de quase monopólio. O seu Grupo Carso tem hoje uma
multiplicidade de investimentos e como dizia recentemente um gestor de fundos do
Grupo Financiero Interacciones, Alejandro Hernande: “Ele nunca fez com que um
investimento falhasse. É alguém que sempre que atira acerta no alvo”.
O decálogo de Carlos Slim
1 Ter estruturas organizacionais
simples com níveis hierárquicos mínimos, recursos humanos com qualificação e com
formação nas funções executivas.
2 Flexibilidade e rapidez nas decisões. Operar
com as vantagens da empresa pequena que são as vantagens que tornam grandes as
empresas.
3 Manter a austeridade em tempos
de vacas gordas fortalece, capitaliza e acelera o desenvolvimento da empresa, ao
mesmo tempo que evita os amargos ajustes drásticos nas épocas de crises.
4 Ser sempre activos na modernização,
no crescimento, na capacitação, na qualidade, na simplificação e na melhoria incansável
dos processos produtivos. Incrementar a produtividade, a competitividade, e reduzir
despesas guiados sempre pelas melhores referências mundiais.
5 A empresa nunca deve limitar-se
à medida da ambição do proprietário ou do administrador. Não nos sentirmos
grandes nos nossos pequenos cantinhos.
6 No há repto que não
possamos atingir trabalhando unidos na clareza de objectivos e conhecendo os
instrumentos e recursos disponíveis.
7 Fazer o mínimo investimento em activos não produtivos. O dinheiro que sai da
empresa evapora-se. Por isso reinvestimos os excedentes em utilities.
8 A criatividade
empresarial não se aplica apenas aos negócios, mas é também às soluções de
muitos dos problemas dos nossos países; o que fazemos através das fundações do
grupo.
9 O optimismo firme e
paciente sempre rende os seus frutos. Todos os tempos são bons
para quem sabem trabalhar e têm com que fazê-lo.
10 A nossa premissa é e
sempre foi a de que há que ter sempre presente que na morte partimos sem nada;
que só podemos fazer as coisas em vida e que o empresário é só, temporalmente, um
criador de riqueza.
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