Segundo Alcino Pedrosa em Os Empresários na Literatura Económica Portuguesa de Finais de
Oitocentos, “nas imagens mas correntes, o empresário figura como o campeão
dos valores propagados pela doutrina liberal, como o defensor da liberdade de
iniciativa, da limitação da intervenção do Estado, como um indivíduo capaz de
racionalmente ter uma conduta, que articule os seus interesses pessoais com o
bem-estar geral, gerando riqueza. Enfim, a personificação por excelência do
homo economicus”. Acrescenta, “a ideia dominante na literatura económica deste
período é a do empresário como protagonista sem rival da racionalidade
económica. Dela resulta uma imagem do empresário como homem de sucesso (ou bem
sucedido), que constitui uma as características fundamentais da ideologia
económica a Regeneração”.
Em O Livro
do Desassossego, Fernando Pessoa é mais enigmático, e por isso talvez mais
verdadeiro. Para ele, “o dinheiro é belo, porque é uma libertação” e “nunca se
deve invejar a riqueza, senão platonicamente; a riqueza é liberdade”. Mas, por
outro lado, Vicente Guedes, o heterónimo que habita este livro, confessa: “nunca
tive dinheiro para poder ter tédio à vontade...”.
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