Há lutas de sucessão, há guerra pelo poder e há impérios empresariais
que se esboroam, pequenos negócios que se dissolvem no pasmo dos dias, tudo
porque muitas vezes os empresários querem estar nas empresas até ao fim, como
se fossem os capitães de um navio e preferissem afundar-se do que salvar alguma
coisa. Mas a maior parte das vezes tem a ver com o facto de não conseguirem
deixar de fazer
Quando os empresários diziam, como Nelson Quintas, “só me retiro dois
anos depois de morrer”, ou José Manuel de Mello, “um empresário não tem
reforma”, ou ainda Ingvar Kamprad, da Ikea, “ainda tenho muito trabalho
pendente; não tenho tempo para morrer”, não estamos no domínio da jactância mas
em pleno campo das motivações e do espírito empresarial. Como, de resto, já Schumpeter
tinha intuído quando referiu que “A experiência ensina, todavia, que os
empresários típicos se retiram da arena apenas quando e porque sua força está
gasta e não se sentem mais à altura de sua tarefa”. Para este economista, a
“profissão empresário” não era uma condição duradoura pois este não transferia
a técnica para os herdeiros. Estes poderão herdar os activos e as qualidades
pessoais mas “a função do empresário em si mesma não pode ser herdada”. E este
é um dos principais dramas que marca as sagas empresariais de todos os tempos.
Esta questão, a da "Mortalidade" tem o seu interesse.
ResponderEliminarUma pessoa sofre a metamorfose para "empresário" por indução do exterior, ou seja, por razões pessoais,familiares ou sociais. Esta metamorfose não afecta o seu ADN e por isso não a pode transferir por via hereditária, genéticamente falando.
Qualquer pessoa que conviva com ele, apenas poderá ser induzido a sofrer o mesmo processo, como ele o foi. Só que é a personalidade da pessoa que irá ser a incubadora dessa metamorfose e aqui surge a desigualdade fundamental, que impede a repetição. O que é comum é haver uma transferência de conhecimento, que permite surgir o "profissional empresário", que é muito mais limitado que o "empresário". Aquele é apenas um funcionário de uma função, enquanto que este por ter sido "criado naturalmente",consegue ser de várias formas empresário. Ou seja, não é ainda possível produzir empresários em laboratório, mas é possível criar robots.