Peter
Drucker terminava um texto sobre os gestores eficazes com o nono e último
conselho: “ouve primeiro, fala por último”. Saber ouvir é, de facto, um dos
conselhos mais sublinhados por muitos gestores e empresários e mais não é do
que a redução ao elemento mais simples do belo adágio popular de que “a palavra
é de prata e o silêncio de ouro”. Tomaz Jervell, presidente do grupo Auto‑Sueco,
repetia aos 65 anos que o melhor conselho que recebera fora de seu pai, Luís
Óscar Jervell, e que era “saber escutar”. Ouvir ou falar? Por sua vez Kenneth
Lewis, que foi o CEO do Bank of America disse uma vez na Time: “não sinto
necessidade de ser a força dominante falando primeiro ou sendo o mais falador.
Não é uma das minhas prioridades. Ouvir pode ser uma vantagem competitiva”. Num dos papiros do Antigo Egipto escreveu-se como conselho: “é-te mais fácil calar do que mostrar o coração. Fala só quando souberes que tens a solução”.
Peter
Villax, herdeiro da farmacêutica Hovione, recordava que “um dia, já lá vão mais de dez anos,
o meu colega Pedro Rosado disse‑me que eu não ouvia os
outros e que perdia com isso. Tive de começar um processo mental que, inicialmente,
me forçava a ouvir outras opiniões. Ainda se trata de um work in progress. Outro Pedro que me ajudou foi o Pierre
Debourdeau, brilhante consultor de estratégia e gestão. Ensinou‑me
a calar para aprender e também a negociar”. O empresário e gestor Adolfo Roque,
um dos criadores da Revigres, preferia utilizar o conselho de um seu professor,
“ouvir todos e decidir sozinho”, o que não deixava de ser uma variante mais
rica e, em termos de gestão, mais certeira.
Sinto simpatia por todas as pessoas que sabem ouvir, porque isso significa que são inteligentes.
ResponderEliminar« Só depois de ouvir é que se pode pedir para ser ouvido.» - Parece ser essencialmente uma atitude de respeito mas é muito mais de inteligência.
E essa inteligência nem todos a têm, e ainda bem...