domingo, 14 de abril de 2013

Ouvir primeiro, falar depois


Peter Drucker terminava um texto sobre os gestores eficazes com o nono e último conselho: “ouve primeiro, fala por último”. Saber ouvir é, de facto, um dos conselhos mais sublinhados por muitos gestores e empresários e mais não é do que a redução ao elemento mais simples do belo adágio popular de que “a palavra é de prata e o silêncio de ouro”. Tomaz Jervell, presidente do grupo AutoSueco, repetia aos 65 anos que o melhor conselho que recebera fora de seu pai, Luís Óscar Jervell, e que era “saber escutar”. Ouvir ou falar? Por sua vez Kenneth Lewis, que foi o CEO do Bank of America disse uma vez na Time: “não sinto necessidade de ser a força dominante falando primeiro ou sendo o mais falador. Não é uma das minhas prioridades. Ouvir pode ser uma vantagem competitiva”. Num dos papiros do Antigo Egipto escreveu-se como conselho: é-te mais fácil calar do que mostrar o coração. Fala só quando souberes que tens a solução.
Peter Villax, herdeiro da farmacêutica Hovione, recordava que “um dia, já lá vão mais de dez anos, o meu colega Pedro Rosado disseme que eu não ouvia os outros e que perdia com isso. Tive de começar um processo mental que, inicialmente, me forçava a ouvir outras opiniões. Ainda se trata de um work in progress. Outro Pedro que me ajudou foi o Pierre Debourdeau, brilhante consultor de estratégia e gestão. Ensinoume a calar para aprender e também a negociar”. O empresário e gestor Adolfo Roque, um dos criadores da Revigres, preferia utilizar o conselho de um seu professor, “ouvir todos e decidir sozinho”, o que não deixava de ser uma variante mais rica e, em termos de gestão, mais certeira.

1 comentário:

  1. Sinto simpatia por todas as pessoas que sabem ouvir, porque isso significa que são inteligentes.
    « Só depois de ouvir é que se pode pedir para ser ouvido.» - Parece ser essencialmente uma atitude de respeito mas é muito mais de inteligência.
    E essa inteligência nem todos a têm, e ainda bem...

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