Há um provérbio que diz: “O avô funda, o pai desenvolve,
o filho afunda”. Tem variações como “pai rico, filho nobre e neto pobre”, “pai
a pé, o filho a cavalo e o neto descalço”, ou na, versão chinesa, “de tamancos
a tamancos em três gerações”. Esta lei de bronze das três gerações tem tradução
estatística: cerca de 30% das empresas familiares passa à segunda geração, 12 a
15% chega à terceira geração e apenas 3% atinge a quarta geração. À verdade do
saber popular e da estatística pode juntar-se a história de vida. Manuel Soares
Violas herdou com as suas irmãs Otília e Rita Celeste o grupo Violas, iniciado
pelo pai, Manuel Violas, que ia da Cotesi à Solverde passando por participações
no BPI e Unicer e imobiliário em Lisboa, Porto e Espinho. Em 2006 a irmã Otília
optou por deixar o grupo levando como principais activos para a sua holding HVF
a participação no BPI e imobiliário. Foi a única forma de resolver as
divergências sem colocar em causa a família. Mas Manuel Soares Violas explica
que “com a entrada da terceira geração começa a haver pontos de vista um pouco
diferentes. Chegámos a uma altura em que era muito desgastante estar sempre a
gerir divergências e problemas. Primeiro, porque se está constantemente
preocupado em gerir problemas e, segundo, porque não se pensa nos negócios”.
No grupo Salvador Caetano, as divergências chegaram mais
cedo, na segunda geração. Em 2010, um ano antes de Salvador caetano morrer com
85 anos, os três filhos acertaram as partilhas. Ana Maria Caetano ficou com a
participação de 11% na Soares da Costa, a Salvador Coatings, unidade de pintura
industrial do Carregado e envelope de dinheiro a ser gerido pela sua holding,
Parinama Participações e Investimentos. Maria Angelina, 63 anos, e Salvador
Acácio, 58, ficaram com a Toyota Caetano Portugal (TCP), e as holdings que
geriam mais de 150 empresas da indústria e comércio automóvel, imobiliário,
participações financeiras e empresas de pescas.
Sem comentários:
Enviar um comentário