quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Guerra e paz nas empresas familiares I

Os processos de sucessão, partilha, disputa de poder faziam muitas vezes das empresas familiares palcos em que se actualizava a peça Rei Lear, de Shakespeare, se renovava o bíblico Caim e Abel, em que a sucessão dava lugar a episódios de intriga, de traição, de persuasão, de amor e de ódio. Mas cada vez mais as empresas familiares procuram resolver as suas complexas relações entre família, património e gestão através de acordos e protocolos que tipificam as inúmeras situações e tentam regular os conflitos. Como grande parte das empresas, desde o pequeno empresário em nome individual até alguns dos maiores grupos portugueses e estrangeiros, são familiares, este é um problema fulcral no mundo dos negócios. Como assinala Alexandre Dias da Cunha, professor da Nova School of Business and Economics e responsável pela Nova Family Business Initiative, “a verdade é que entre as grandes empresas portuguesas as empresas familiares têm um peso determinante. Se olharmos, por exemplo, para o PSI-20, cerca de metade das empresas são empresas familiares”.

O investigador norte-americano, John Ward mostra que “65% das empresas, que abrem falência em todo o mundo, quebram, não por problemas de mercado, mas por conflitos entre os membros da família” e que normalmente são divergências na estratégia e na gestão, distribuição de cargos e funções entre familiares, a remuneração e a performance dos membros da família que estão na gestão, a distribuição de dividendos. Mas, como refere Alexandre Dias da Cunha, “a sucessão é o problema número um das empresas familiares e a razão principal pela qual muitas definham”.

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