terça-feira, 26 de maio de 2015

“Mais estratégias empresariais de longo prazo” pede Larry Fink da BlackRock

A BlackRock é um dos maiores fundos de investimento e há quem considera o seu presidente, Larry Fink, um dos homens mais poderosos do mundo. Habituado a fazer sugestões a governos, reguladores e banqueiros centrais decidiu desta vez dirigir-se numa carta de 10 de abril de 2015 aos executivos das grandes multinacionais (entre as quais algumas espanholas) em que os aconselha a “criar valor a longo prazo” e a resistir às pressões para a gestão de curto prazo. “Refere ainda que a sua lealdade e atenção deve estar focada nos accionistas de longo prazo e não nos investidores especuladores que entram e saem das empresas. Diz inclusivamente que devem resistir a todas as pressões para “aumentar dividendos ou recomprar acções” e detrimento dos “investimentos em inovação, na formação dos recursos humanos ou nos investimentos de capital que são necessários para manter o crescimento de longo prazo” ou seja a resistir ao “fenómeno dos efeitos do curto prazo”. Na sua opinião este radica na “proliferação activismo accionista que busca retornos imediatos, na velocidade de circulação do capital, o ciclo noticioso de 24h, e uma menor capacidade de atenção, e as políticas públicas não encorajar o investimento verdadeiramente a longo prazo.
 Refere que em 2014 se bateu o record de retribuição ao accionista e que esta política acaba por prejudicar aos interesses não só dos que investem a pensar na sua reforma como da economia mundial. Além disso, “com as taxas de juro próximas do zero, devolver uma quantidade excessiva de capital aos investidores envia ume mensagem desalentadora acerca da capacidade de uma empresa usar sabiamente os seus recursos e desenvolver um plano de negócio”.

Deixa o alerta de que as gestoras de fundos devem deixar de se limitar a participar nas assembleias gerais e a desenvolver melhores práticas de governa das empresas e passar a influir na gestão das empresas com o objectivo de incentivar estratégias de longo prazo: Remata dizendo “que os líderes que seguirem este modelo podem contar com o nosso apoio”. Os investimentos de 4,2 biliões de euros em todo o mundo dizem do seu poder.

http://economia.elpais.com/economia/2015/04/16/actualidad/1429204950_622343.html

sexta-feira, 22 de maio de 2015

5 linhas estratégicas do Grupo CaixaBank

O Grupo CaixaBank, que lançou recentemente uma OPA sobre o BPI, definiu a sua estratégia para o período 2015-2018 com base em cinco grandes pontos:
1. Foco no cliente: ser o melhor banco em qualidade e reputação;
2. Atingir uma rentabilidade recorrente acima do custo de capital;
3. Gerir activamente o capital;
4. Liderar a digitalização da banca
5. Contar com os recursos humanos mais bem preparados e dinâmicos da banca
Estas linhas estratégicas baseiam-se num leitura do contexto de negócio assente na previsível recuperação económica, em taxas de juros baixas, na revolução digital, numa procura em mutação e na crescente pressão regulatória. Esta vai aumentar o custo da compliance, penaliza a complexidade e favorece a solvência e a liquidez o que leva a uma banca simples com solidez financeira.


terça-feira, 19 de maio de 2015

A intuição em Américo Amorim

Em Outubro de 2006 Américo Amorim recebeu o prémio Empreendedor da Escola de Gestão do Porto (EGP), que hoje é a Business Porto School. Nessa sessão falou sobretudo da sua forma de fazer negócios que assenta em dois pressupostos, a que ele chamou intuição e visão estratégica. Como disso então há plateia: “há coisas que nós fazemos por ‘feeling’ e eu sou muito assim”. Mas esta sua intuição não deixa de ser cruzada pelo acesso à informação: “Eu leio muito, acompanho sempre as estatísticas, porque vivemos num mundo em que podemos ter acesso a toda a informação que quisermos”. Mas a sua capacidade empresarial está mais ligada à sua capacidade de interpretar a informação recebida e recolhida. Estas suas afirmações levam a pensar sobre a forma e o timing como sai de determinados negócios. Vendeu a Amorim Imobiliária à Chamartín por 500 milhões em 2006, pouco antes da crise financeira, e entrou na Galp Energia em 2005, negócio que se pode revelar um verdadeiro jackpot.




Fonte Germano Oliveira, “Américo Amorim influenciado pela intuição na compra da Galp”, Jornal de Negócios, 20 Outubro 2006