quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

DIXIT Capital, o desejo da mãe de Marx


Preferia que tivesses tido capital em vez de escrever sobre ele.
A mãe de Karl Marx segundo a biografia de Francis Wheen


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

DIXIT Ricos e Montanhas


Os ricos querem sempre ganhar cada vez mais dinheiro. Com as montanhas, é a mesma coisa. Queremos sempre mais.
José Giraldes Tavares, ex-gestor, viajante e aventureiro

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Os tele-vendedores


Vidas paralelas Os tele-vendedores

Um desenhou o objecto de sucesso que hoje tanto o fustiga, o outro transformou uma empresa de engenheiros numa empresa de serviços que agora todos os dias lhe tenta seduzir a clientela. Mas até aqui chegarem os seus caminhos só se cruzaram na Portugal Telecom incumbente e dominante que só a OPA da Sonae em 2007 veio a retalhar. Um, Rodrigo Costa, sem curso superior, subiu a pulso e na sua ascensão sucederam-se as escadas, uma a uma até chegar ao céu da Microsoft em Seattle. Mas as saudades do bacalhau foram mais fortes e regressou a Portugal para do gestor do macro grupo PT, onde se cruzou nos conselhos de administração com o que é hoje o seu arqui-rival, Zeinal Bava. O outro estudou em Inglaterra e começou no berço de ouro da banca de investimento para crescer numa das maiores empresas portuguesas e se fazer gestor global a partir de Lisboa, talvez de um grande grupo luso-brasileiro de telecomunicações. Um, Rodrigo Costa, que é um falso bonacheirão, afirma-se como uma liderança pelo esforço e pela imaginação pragmática; o outro, Zeinal Bava, com a sua simpatia de estilete, caracteriza-se pelo carisma, pela capacidade de se relacionar e pela forma de se focar no essencial. Ambos fazem das vendas, o core do seu negócio. São os tele-vendedores mais bem-sucedidos das suas empresas.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

DIXIT Trabalho


O trabalho é uma extensão da personalidade. Logo o desemprego cria 
graves distúrbios psicológicos nomeadamente a perca da auto-estima.
Peter Drucker


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O peso da dívida



Os capitais alheios continuam a ser a fonte principal de financiamento das empresas em Portugal. Num recente livro, EntreLeadership, Dave Ramsay defende que a pressa e a rapidez são dos maiores inimigos das empresas, sobretudo das pequenas empresas que querem crescer rapidamente, o que, mais tarde, cria problemas. O conselho de Dave Ramsay é “ir a pouco e pouco e fugir às dívidas” porque “nos negócios cometem-se erros e, se se deve dinheiro, estes tornam-se maiores”, e, quantas vezes, mortais. Em Portugal os dados financeiros das empresas, desde há longos anos, contrariam esta regra de bom senso. Na “Análise sectorial das sociedades não financeiras em Portugal 2010-2011”, estudo da Central de Balanços do Banco de Portugal publicado em abril de 2012, refere-se que em 2010 o financiamento das empresas por capitais próprios continuou diminuto, representava menos de 24% do activo na maioria das empresas. Nas cerca de 370 mil empresas, 25,3% tinham capitais próprios negativos, cerca de 25% recorriam exclusivamente a capitais alheios para financiar a sua actividade e apenas 25% apresentavam níveis de autonomia financeira superiores a 58%. A dívida financeira (empréstimos bancários, títulos de dívida e financiamentos de empresas do grupo) representava mais de dois terços do financiamento alheio, que continuava a ser a fonte principal de financiamento das empresas. A estas debilidades estruturais juntam-se actualmente as dificuldades em conseguir crédito, que está para a economia como o oxigénio para a vida, e em reforçar os seus capitais próprios com dinheiro dos accionistas. É me tremos prátciso mais fácil uma empresa ir buscar capital à banca pois a totalidade dos juros, comissões e taxas pagas são considerados custos do que ir á carteira dos accionistas. Estas situações criam problemas de gestão e têm impacto nos problemas de produtividade do país, que não se resolvem unicamente com um novo código laboral ou a abolição dos feriados. “Num país que está na União Europeia desde 1986 e em que o salário à hora de um trabalhador qualificado no sector industrial é de 10 euros, se um empresário não consegue ser competitivo com este preço é porque existem outras questões que precisam de ser abordadas”, dizia Albert Jaeger, da missão do FMI em Portugal, numa entrevista. Perante este quadro, não será através da imposição de uma qualquer moral calvinista ou trapista (segundo o antropólogo americano, David Graeber, em Debt: the First 5000 Years, em sânscrito, hebraico e aramaico, dívida, culpa e pecado são denominados com uma só palavra) que se resolverão estes problemas estruturais.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

DIXIT Capitalismo


Na nova economia a especulação passou a ser uma virtude, ao contrário do que sucedia no capitalismo tradicional. Resta saber se o capitalismo aguentará”

João Ferreira do Amaral, professor jubilado do ISEG 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

DIXIT Gestão do tempo


 A gestão do tempo consiste em saber dizer não às actividades improdutivas.
Peter Drucker em The Effective Executive

domingo, 10 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Fernando Pessoa, o empreendedor português

A figura de eleição como empreendedor, ou seja, quem tem, no meu entender, as características e as atitudes que mais se aproximam ao espírito do empreendedor, é Fernando Pessoa (1888-1935). Porque fez muitas coisas bem feitas, falhou em muitas outras, mas insistiu e persistiu sempre e o seu legado multifacetado ficou. Tem, ainda, a vantagem de mostrar que se pode ser empreendedor em múltiplas facetas e campos de actividade. Aliás seria importante, até porque temos recursos humanos escassos, que os cursos e as sensibilizações para o empreendedorismo, abrangessem as áreas jurídicas e humanísticas. Recente estatística sobre a empregabilidade dos licenciados referia que um dos cursos que gera mais desemprego é o de Psicologia. Curiosamente num inquérito ao empreendedorismo feito junto de estudantes universitários era o curso de Psicologia que tinha o pior índice, apenas 11% dos estudantes gostaria de criar o seu próprio negócio ou emprego, para uma média de 26%. Tal como dizia um investigador norte-americano, Hynes, a educação para o empreendedorismo podia e devia ser promovida e fomentada para além dos cursos das áreas económicas e tecnológicas.
Mas regressando Fernando Pessoa. Nunca teve grande sucesso nas suas várias tentativas empresariais mas nunca desistiu, foi persistente. Nunca enriqueceu mas nem por isso deixou de tentar. Fervilhava em projectos e fazia tudo para os executar. Fez revistas, jornais, foi donos de dois negócios, imaginou empresas e negócios, inventos, escreveu. Talvez sorriam mas para os mais cépticos gostaria só de citar uma frase de Gustavo Franco, um ex-presidente do Banco Central do Brasil, que se refere ao poeta e escritor: “habilidoso administrador de uma rede de cerca de setenta pseudónimos e heterónimos com formações e qualidades as mais diversas, incluindo a engenharia naval, as artes do oculto, a militância política e a helenística”. Claro que tinha coisas muito portuguesas. Como dizia um dos seus patrões, “raramente chegava a horas”.
Em 1919 Fernando Pessoa publica no jornal Acção, um primeiro texto de intervenção económico, “Como organizar Portugal”, em que surge como defensor da industrialização, um pouco contra as correntes de opinião dominantes, afirmando que “o industrialismo sistemático, sistematicamente aplicado, é o remédio para as decadências de atraso, é, portanto, o remédio para o mal de Portugal”.
Um aspecto importante a salientar no que se poderia chamar pensamento económico de Fernando Pessoa é a sua preocupação com o incremento das exportações e da sua consequente organização empresarial. São inúmeros os textos, os relatórios, as notas e os apontamentos existentes no espólio sobre o tema do comércio de importações e exportações, o que também tem que ver com a sua ligação profissional ao mundo import export. Por isso, o seu projecto ia no sentido da modernização da organização empresarial onde desce ao detalhe de mencionar “o aperfeiçoamento das embalagens”, passando pela ideia de que a empresa exportadora devia comercializar os seus produtos “sob marcas próprias”. E Pessoa não deixa de reflectir, aliás fá-lo com alguma minúcia, sobre os preceitos práticos da boa gestão e da excelência empresarial. De facto, por exemplo, A essência do comércio é quase uma aula moderna de marketing com a sua insistência do “foco no cliente”. Há em alguns dos seus textos uma ideia de cluster antes de Michael Porter, avant la lettre, e em "Bases para a formação de uma empresa de produtos portugueses" escreve funcionaria como um agrupamento de várias empresas com o objectivo de ter capacidade de exportação e de implantação nos mercados internacionais: “Se estabeleceriam gradualmente no estrangeiro, e começando pelas principais cidades, lojas para a venda directa ao público de produtos portugueses”.
Fernando Pessoa também sonhou ser empresário de vários negócios, tendo chegado de facto a ser dono de uma tipografia, a Íbis, e de uma editora, a Olisipo. Nesta editora tinha um minucioso plano de negócios e o falhanço dos seus negócios residiu em duas causas. A primeira, a falta de apoios financeiros, eram tempos de agiotas e não de banqueiros. E em segundo lugar o seu foco principal era a sua obra literária. Como revelou num Plano de Vida de 1919, se os negócios corressem bem, poderiam ajudar a “organizar em perfeito paralelismo a minha vida prática e a minha vida especulativa”. E se na prática foi um empreendedor fracassado, não deixou de imaginar, o seu grupo de empresas e de negócios, uma espécie de Fernando Pessoa SGPS e de escrever com minúcia os seus escritórios de representação, de comissões, as empresas exportadoras, a sua editora.

Mas de empreendedorismo fala a sua arca, que é um quase uma fonte inesgotável de textos, um quebra-cabeças, uma obra que parece estar em actualização permanente, quase como se fosse uma metáfora literária da Web. Com isto pretendo dizer que mesmo com pouco recursos é possível recombinar, inovar, fazer mais e de maneira diferente, sendo persistente e tentando sempre, o que é no fundo a ideia que se tem do empreendedor. Num estudo feito há quatro anos com estudantes universitários, este identificavam o empreendedor como alguém com paixão, entusiasmo, iniciativa e persistência, uma pessoa que teria capacidade para transformar o potencial de uma ideia e que estava disposto a correr grandes riscos por causa de uma nova ideia, que não precisava de ser radicalmente nova. É o que nos precisamos para ultrapassar mais uma crise que dura há mais de uma década e que nos levou a vergar a cerviz e viver como se fossemos um protectorado.

DIXIT Ideias loucas e boas ideias


Precisamos de fazer alguma coisa quando as pessoas acham a ideia louca. Quando acham que é uma boa ideia, é porque já há alguém está a fazer isso.
Hajime Mitari, antigo presidente da Canon

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

DIXIT Gestores e líderes


Os gestores fazem as coisas bem. Os líderes fazem as coisas certas.
Warren Bennis,  especialista em liderança 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

DIXIT Recursos humanos baratos


Costumo dizer que os bons recursos humanos são sempre baratos. Os fracos, às vezes, até de borla são caros. Os fracos estragam, os bons produzem.
Adolfo Roque (1934-2008), fundador da Revigrés

A inovação está na gestão



Gary Hamel, um autor muito conceituado na área da gestão, refere em O Futuro da Gestão, que a inovação hoje passa cada vez mais pela gestão. Explicava que as inovações, seja operacional, de produto ou estratégica, são importantes e participam no sucesso empresarial, mas “se tivesse que ordenar estas várias formas de inovação hierarquicamente, a inovação da gestão estaria no topo”. Refere que a inovação na gestão tem o poder incomparável para criar vantagens competitivas profundas e duradouras. 
Gary Hamel dava o exemplo da Toyota mas há umexemplo português em que a inovação do modelo de negócio tem sido o alicerce do seu crescimento. É o caso da Logoplaste e que curiosamente surge como um modelo de reacção aos tempos revolucionários nas empresas portuguesas em 1974-75. Conta-se em meia dúzia de frases. Marcel de Botton era empresário na fábrica de plásticos Titan em 1974. Durante dois anos foi tentando gerir a fábrica dentro dos constrangimentos que então se impunham e que era de negociação permanente não só de questões laborais e económicas mas de todo o género. E um dia fartou-se e decidiu mudar de vida. Para o seu novo negócio definiu três premissas. Seria no sector dos plásticos, não teria fábrica no sentido normal do termo, pois só seria dono das máquinas, e não teria mais de 20 trabalhadores. Pouco depois começava a embalar os iogurtes da Gelgurte, e fez do outsourcing a sua vida empresarial com as unidades de produção integradas. Este modelo de negócio, com algumas adaptações, e uma ligação forte à tecnologia e inovação, fez da Logoplaste uma rede de 50 fábrica em vários países do Mundo sendo fornecedora da Procter & Gamble, Unilever, etc.
Há um outro exemplo que normalmente é dado como uma das histórias de marketing e inovação de produto mais interessantes da economia portuguesa. É um case-study internacional nestas áreas mas é, também, uma lição de empreendedorismo e ilustra como uma marca pode ser uma poderosa vantagem competitiva. Nos anos 40, um senhor chamado Fernando Guedes dedicava-se aos negócios de família nos vinhos, mas tinha uma ideia diferente para negócios e juntou seis sócios entre irmãos e família e criou a Sogrape e um produto chamado Mateus Rosé que já vendeu mais mil milhões de garrafas, dados de Outubro de 2008, vende cerca de 20 milhões de garrafas por ano, e é um dos vinhos mais imitados do Mundo. E o que fez o seu sucesso? A escolha das uvas na região de Vila Real, um rótulo e um nome que remetia para valores tradicionais, uma garrafa, inspirada nos cantis da Primeira Guerra, que obrigava os comerciantes a colocarem-na à frente nas prateleiras e a percepção de que o gosto dos consumidores, em que os mais jovens e mais mulheres ganhavam peso, estava a mudar. Esta inovação de produto funcionou e funciona, até porque a empresa teve o cuidado de fazer os registos de marca e a investir na propriedade intelectual, tendo  assim conseguido proteger esta sua vantagem competitiva e, ainda há três anos, ganhou em Portugal um processo legal contra uma empresa que imitava a sua garrafa para o Mateus Tempranillo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

DIXIT Golfe e negócios


Um saco de golfe é tão eficiente como uma mala de negócios. Depende apenas das pessoas com quem jogamos
António Neto da Silva

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Objectivos


“Os objectivos não são um destino, mas sim uma direcção. Não são uma ordem, mas sim um compromisso. Não determinam o futuro, mas canalizam recursos e energias para que o futuro se concretize numa determinada direcção”.
Peter Drucker em Management: Tasks, Responsabilities, Pratices

O empresário gosta de dinheiro


No que se refere à venda de empresas, não há um pensamento único. Se para o gestor de empresas e herdeiro de empresas, Rui Moreira, o princípio, baseado na sua própria experiência, é que «as empresas vendemse quando estão bem», há muitos empresários, de António Champalimaud a João Pereira Coutinho, que diziam que vender não está nas suas almas. Sublinhe-se, diziam que não gostavam de vender. Mas nestas coisas do universo dos negócios, a posição realista e mais pragmática (e mais característica do empresário) é a de Belmiro de Azevedo: «se houver aquela oferta que não posso recusar, é mais fácil, porque não existem grandes considerações de natureza emocional – gostar ou não gostar. Porque gostar de dinheiro, qualquer empresário gosta». E é esta a sábia conclusão que interessa até porque António Champalimaud vendeu o seu império quando chegou a hora e João Pereira Coutinho não tem deixado de vender empresas e negócios que não lhe interessam ou que lhe geram vultosas mais-valias.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A democracia organizacional



A norte-americana Traci Fenton trabalhou na área de marketing de uma das maiores empresas durante quatro meses e saiu porque não conseguia suportar o ambiente de trabalho. E lançou-se numa cruzada, que também é um negócio pois tem a consultora WorldBlu (www.worldblu.com), da democracia organizacional. 
Numa entrevista à Exame.com (www.portalexame.com.br) define a democracia organizacional como sendo um universo em que “há maior liberdade, em contraposição ao medo e controle excessivo no local de trabalho. É uma maneira de projectar as empresas para que dêem poder significativo às pessoas, ao invés de consolidar o comando tradicional, em estrutura de pirâmide, no qual o poder é privilégio do topo. Quando adoptam a democracia organizacional, as companhias são mais eficientes, lucrativas, inovadoras e capazes de atrair e reter talentos”. 
Nesta entrevista invoca ainda a experiência da brasileira Semco, que é um dos modelos mais conhecidos e respeitados da democracia organizacional, a Semco e que fez a fama do seu promotor Ricardo Semler. 
Este modelo baseia-se em dez princípios fundamentais que criam a democracia organizacional. E entre os quais estão a transparência, o diálogo e a adopção de critérios claros de contabilidade. Por outro lado no site da empresa diz-se o que o a democracia organizacional é negócio, não é política, é liderança, não é gestão, é estratégia, não é dimensão.

Organizational Democracy is:
Organizational Democracy is not:
Business
Politics
Conversations
Concensus-only
Decentralized Networks
Being Flat
Leadership
Management
Universal Ideals
American-only ideals
Strategy
Size
Knowing when to be fast AND when to be slow
Being Slow
Giving up the delusion that you're in control
Giving up control
Profits and people
Ignoring profits
Creating meaningful work
Cosmetic office parks
Being a great workplace for those who can thrive in a decentralized and dynamic environment
Being a great workplace for everyone
Making Decisions
Analyzing decision-making techniques
A quadruple bottom-line (financial, community, external environment AND internal environment)
Only a triple bottom-line
Ongoing participation in things that matter
Voting on everything































DIXIT Desemprego vs inflação


Devido à ascensão dos fundos de pensões – compostos por reformados e trabalhadores idosos - a nova prioridade económica já não é o desemprego mas sim o combate à inflação.
Peter Drucker, The Pension Fund Revolution